No judô, Tenório vai em busca de sexta medalha em seis edições das Paralimpíadas

Aos 45 anos, multimedalhista do judô vai em busca de mais um pódio em sua última Paralimpíada

O judoca Antônio Tenório (-100kg) chega ao Rio 2016 com 45 anos e cinco medalhas paralímpicas, sendo quatro ouros e um bronze. Mesmo após tantas conquistas, ele garante que a empolgação é similar a de sua primeira medalha no judô, em Atlanta, 1996, aos 25 anos. Nesse sábado (10), na Arena Carioca 3, ele vai em buca de mais uma medalha para sua coleção.

 “Minha expectativa é a mesma, a ansiedade é a mesma, estou chegando para lutar por um lugar no pódio, respeitando todos os adversários. Quero representar bem o meu país”, disse o atleta do judô.

Dessa vez, competindo em casa, Tenório mostra tranquilidade e cautela para não se empolgar demais com a torcida. Mais maduro, ele acredita que a boa preparação para os Jogos Paralímpicos do Rio vai fazer a diferença.

 

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“Eu sempre fui atleta, desde os sete anos. Com nove, comecei a competir, então para mim foi só manter o nível de treinamento. E eu tenho um grupo de trabalho muito bom que me manteve até hoje nesse nível. Tenho nutricionista, preparador físico, clínico geral que cuidam da minha saúde”, explicou Tenório, que perdeu a visão do olho esquerdo aos 13 anos devido ao descolamento de retina. Seis anos mais tarde, uma infecção no olho direito deixou-o totalmente cego.

Nova geração

Tenório vai se despedir nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, mas planeja disputar mais um Mundial. Na seleção brasileira, ele vê diversos nomes que podem seguir seus passos de sucesso no judô já no Rio. “O Willians (Araújo) é um que tem chance de medalha. Tem também o Arthur (Cavalcante), o Abner (Oliveira) e temos uma menina fortíssima no feminino que é a Alana (Maldonado), vocês vão gostar dela”, comentou.

Willians (+100kg), 24 anos, precisou de um estímulo a mais da família para se reerguer após lesão em Londres 2012. “Tive um empurrãozinho do meu irmão Wellington. Em 2012, voltei lesionado (rompimento da clavícula) e ele me abraçou, chorou e disse: ‘Você é meu herói, você representa 200 milhões de pessoas, você é meu ídolo’. Não tem como não emocionar, naquele momento foi um empurrão enorme”, disse.

“O Willians de Londres evoluiu, está em primeiro lugar do ranking, medalhas em todas as competições deste ciclo, e isso mostra amadurecimento não só fisicamente, como psicologicamente e tecnicamente, então isso é muito legal. Minha meta é estar no pódio, não vai faltar raça e vontade. Quero lutar bem. Eu vim para fazer história”, disse o judoca, que perdeu a visão aos 10 anos em acidente com tiro de espingarda e pratica o esporte desde 2009.

Willians vai competir no mesmo dia de Tenório e não quer perder a chance de se consagrar com o ídolo no judô. “É um cara que eu admiro bastante, é um grande ícone do judô paralímpico, uma referência para todos nós brasileiros e até internacionalmente. Vai ser no mesmo dia, vai ser marcante. Seria legal ter essa foto: eu com a medalha e ele com a dele para mostrar os meus filhos e netos”, finalizou.

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