Brasileira venceu Majlinda Kelmendi, do Kosovo, por um waza-ari e levou sua quarta medalha consecutiva em Campeonatos Mundiais.
Érika Miranda manteve a regularidade habitual dos últimos anos e conquistou nesta terça-feira, 29, sua quarta medalha consecutiva em Campeonatos Mundiais ao derrotar ninguém menos do que Majlinda Kelmendi, atual campeã olímpica e bi mundial, na disputa pelo bronze. Foi o primeiro pódio do Brasil na competição, que começou nessa segunda-feira, 28, em Budapeste, na Hungria.
“Eu estou muito feliz, apesar de ter sido um bronze. Eu tive um desgosto exatamente um ano atrás nos Jogos Olímpicos do Rio e me desacreditei bastante. Esse bronze é especial, estou muito feliz”, comemorou a meio-leve na saída do tatame relembrando o amargo quinto lugar no Rio.
Érika estreou com vitória por ippon sobre a australiana Tinka Easton e, na sequência, conseguiu outro ippon para passar pela polonesa Agata Perenc. Nas quartas-de-final, porém, a brasileira fez disputa equilibrada com a japonesa Natsumi Tsunoda, mas sofreu o ippon no golden score e foi para a repescagem, onde venceu Distria Krasniqi, também do Kosovo, por um waza-ari.
“Na minha preparação para o Mundial eu participei de um treinamento de campo internacional na Eslovênia, onde pude treinar com muitas atletas fortes da minha categoria e as duas, Krasniqi e Kelmendi, estavam lá, treinamos juntos. Foi fundamental para este Mundial, onde precisei passar exatamente por elas nas lutas finais”, lembra.
Na disputa pelo bronze, a brasileira foi mais agressiva desde os minutos iniciais, forçando duas punições à Kelmendi antes de encaixar o golpe que lhe daria o waza-ari vencedor e o troco na adversária que havia lhe tirado o título mundial no Rio, em 2013, onde a brasileira ficou com a prata. O último combate entre as duas foi em 2015, na semifinal do Grand Slam de Abu Dhabi. Na ocasião, Érika também saiu com vitória, por ippon.
“O meu jogo bate melhor com atletas com o estilo de luta dela, mais físico, mais força. Eu tenho mais dificuldade com atletas habilidosas, como as japonesas. Acho que por isso eu entrei bastante confiante, mesmo sabendo que ia enfrentar a atual campeã olímpica. Agora eu vou descansar um pouco, aproveitar mais essa conquista e pensar um passo de cada vez”, finalizou.
Com a quarta medalha em Mundial (uma prata e três bronzes), a meio-leve se igualou a Mayra Aguiar (um ouro, uma prata e dois bronzes) e as duas são, agora, as brasileiras com o maior número de pódios nessa competição.
Sarah e Chibana param nas oitavas-de-final
Sarah Menezes e Charles Chibana também lutaram nesta terça, mas não avançaram às disputas por medalha. Sarah estreou com vitória por ippon sobre a alemã Nieke Nordmeyer, mas caiu nas oitavas, também por ippon, para a japonesa Ai Shishime.
“Fiz um Mundial razoável. Ainda preciso melhorar na questão da força, pois é muito diferente do ligeiro para o meio-leve. A parte técnica e de movimentação a gente iguala, mas a força ainda falta. Venho trabalhando a parte física para melhorar isso, mas ainda estou me adaptando”, avaliou a campeã olímpica que, no início deste ano subiu do 48kg para o 52kg.
Charles também estreou com vitória por um waza-ari contra Azamat Mukanov, vice-campeão mundial no Rio, em 2013, mas parou na segunda rodada diante do francês Kilian Leblouche. No tempo normal, a luta terminou empatada com duas punições para cada e, no golden score, Chibana foi punido pela terceira vez, o que resulta em desclassificação da luta.
“Quando a vitória não vem é bem frustrante, sendo início ou final de ciclo. A derrota é igual em todos os aspectos. O que a gente aprende no judô é cair e levantar e buscar um resultado melhor”, comentou o brasileiro após sua quarta participação em Mundial.
Na quarta-feira, o Brasil será representado pela campeã olímpica Rafaela Silva (57kg) e por Marcelo Contini (73kg). As preliminares começam às 5h e as finais serão a partir das 11h.
Foto: Paulo Pinto/CBJ