O Raio que sempre cai no topo do pódio: Bolt dá adeus com tri do 4×100

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Jamaicano encerra história olímpica com 3º ouro em provas de velocidade no Rio

Não era noite de voo solo. Era noite de trabalhar em equipe e usar o próprio brilho para consagrar os companheiros. Mas mesmo tratando-se de um quarteto, o que todos queriam ver era  Usain Boltcruzar a linha de chegada em sua última prova olímpica O Raio não decepcionou. Caiu pela terceira vez no mesmo lugar: no topo do pódio. Fechou o revezamento 4x100m da Jamaica com maestria (37s27), levando o país ao tricampeonato da prova e selando a conquista do nono ouro olímpico de sua coleção. Felizes aqueles que estiveram no Engenhão para presenciar a despedida e ver a festa com direito a sambadinha coletiva. Pobres japoneses, que apesar de levarem a prata no Rio não terão a sorte de ver o maior de todos os tempos em ação nos Jogos de Tóquio 2020.

O evento por equipes fechou a trinca de Bolt no Rio. No último domingo, o homem mais rápido da história tornou-se o primeiro tricampeão dos 100m. Nesta quinta-feira, repetiu o feito nos 200m. Foi o nono título do velocista em Olimpíadas: também alcançou a trinca em Pequim 2008 e Londres 2012. A medalha do revezamento na China, no entanto, infelizmente pode ser perdidadevido à descoberta do doping de Nesta Carter.

A surpresa do pódio foi o grande desempenho do Japão, com direito a recorde asiático (37s60). O bronze ficou com o Canadá (37s64), que bateu recorde nacional e foi beneficiado pela desclassificação dos Estados Unidos, eliminados por realizar a troca de bastões fora da área permitida. Trinidad e Tobago também foi punido por pisar em raia adversária, e assim o Brasil, que contou com Ricardo de Souza, Vito Hugo, Bruno Lins e Jorge Vides, subiu da oitava para a sexta colocação com o tempo de 38s41.

Nas eliminatórias os jamaicanos não contaram com Bolt. A formação com Jevaughn Minzie, Asafa Powell, Nickel Ashmeade e Kemar Bailey-Cole se classificou na quinta posição, com 37s94. Para a final desta sexta, dois nomes, assim como a ordem, foram trocados. Asafa abriu a prova, seguido por Yohan Blake. Coube a Ashmeade passar o bastão para Bolt cruzar a linha de chegada.

 

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ARRANCADA DE BOLT É FUNDAMENTAL PARA OURO

Duas horas antes de correr, Bolt entrou em cena e deu o gostinho de sua presença para o público. Na cerimônia de premiação dos 200m, arrancou os primeiros – de muitos – aplausos da noite.

Às 22h36, quando a final do 4x100m masculino finalmente foi anunciada pelos locutores, a torcida vibrou. Era para ver aquele momento que todos tinham comprado ingresso. Diante do anúncio das equipes, a vibração em apoio da Jamaica foi absurda. Talvez só o quarteto do Brasil tenha recebido mais gritos – e mesmo assim, temos dúvidas.

Cada atleta se posicionou na área que lhe cabia nas respectivas raias. Bolt, que fecharia a prova, ficou na curva final. Andou de um lado para o outro, acenou, e pela primeira vez ouviu o público gritar algo que não fosse seu nome quando estava na pista. A torcida gritava “Brasil! Brasil!”. Fazia festa para os anfitriões antes do começo. Ao final da prova, o delírio seria pelo quarteto jamaicano.

Asafa largou e passou o bastão sem problemas para Blake, que perdeu espaço para a boa prova feita pelo americano Justin Gatlin até a segunda passada. Ashmeade não comprometeu, mas passou o bastão com a equipe do Japão forte no páreo. Uma fez que Bolt entrou em ação, não houve asiático que o alcançasse. Passou a linha de chegada com sobras pela terceira vez em uma disputada de medalhas na Rio 2016.

Os anfitriões dos Jogos de 2020 se esforçaram. Surpreenderam ao deixar os EUA para trás e levar a prata. Tentaram, talvez, mostrar que a sede da próxima Olimpíada estará bem servida de talentos nas provas de velocidade. Pobre japoneses, tanto atletas quanto fãs de atletismo. Jamais serão capazes de preencher a lacuna que será a ausência de Usain Bolt em uma Olimpíada.

 

Por GloboEsporte.com*

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