Na presença de dirigentes de empresas patrocinadoras e entidades esportivas, representantes de cinco organizações assinaram termo de parceria para a implementação do Rating das Entidades Esportivas
Nesta terça-feira (27 de junho), gestores de empresas e entidades ligadas ao esporte encontraram-se para assinar o termo de parceria para a elaboração do Rating das Entidades Esportivas, uma ferramenta que visa a avaliar o estágio de desenvolvimento da gestão de órgãos esportivos.
O evento realizou-se no Centro Cultural dos Correios, com a participação de executivos de empresas signatárias do Pacto pelo Esporte – Aché Laboratórios, Banco do Brasil, Bradesco, Centauro, Construtora Passarelli, Correios, EY, Gol, Itaú, Johnson & Johnson, Mastercard, Siemens, SKY, Somos Educação e Vivo –, além de representantes do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e outras entidades esportivas.
O rating será lançado em outubro e tem como objetivo aprimorar a gestão e conferir maior transparência a clubes, federações e confederações esportivas. Sua metodologia foi definida pela Ernst & Young em conjunto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e Instituto Ethos. EY e Ethos foram ainda as responsáveis por conduzir e coordenar este trabalho.
O termo foi assinado por Paulo Wanderley Teixeira, vice-presidente do COB; Raí Oliveira, presidente da Atletas pelo Brasil; Edson Garcia, superintendente do CBC; Caio Magri, presidente do Instituto Ethos; e Ivaldo Brandão, segundo vice-presidente do CPB.
Ao lado dos demais gestores, Paulo Wanderley exibe o termo já assinado
Paulo Wanderley Teixeira, vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil, enfatizou que a entidade já mantém compromissos com a governança. Além disso, reiterou o apoio da entidade ao rating.
“O COB desenvolve, desde 2014, um trabalho voltado para a governança no esporte olímpico e vem colaborando com os estudos e as ações para o desenvolvimento do Rating das Entidades Esportivas. O COB reafirma a sua decisão de seguir com a cooperação e parceria em prol dos atletas e da excelência do esporte brasileiro”, afirmou o dirigente, que vê na ferramenta um avanço em transparência para o esporte.
“Problemas existem em todos os segmentos da sociedade. Quanto mais se criam mecanismos de controle e transparência, melhor. Isso só vem aprimorar e acrescentar qualidade e credibilidade ao que já vem sendo feito”, disse Paulo Wanderley.
Ex-jogador do São Paulo e membro do conselho de administração do clube, Raí contou que a criação do rating nasceu do encontro do Pacto pelo Esporte, assinado em outubro de 2015, com confederações com interesses em comum. O presidente da Atletas pelo Brasil mostrou-se muito satisfeito com mais este grande passo dado em prol do esporte brasileiro.
“Mais um passo importante nesta nossa missão comum. O que me deixa otimista é ver que o time vai crescendo para o mesmo sentido, cada um tentando fazer a sua parte e, pouco a pouco, os objetivos vão ficando cada vez mais comuns, ganhando força e tendo um impacto cada vez maior”, disse Raí.
Os signatários comemoram o avanço do termo de parceria
Edson Garcia, superintendente executivo do Comitê Brasileiro de Clubes, prevê maior lisura na gestão esportiva como um todo.
“Estamos certos de que um instrumento como este será de vital importância para reunir um dos principais agentes do segmento ao redor de uma causa que só trará ainda mais transparência para todos do esporte”, afirmou. O representante do CBC destacou ainda que a entidade vai propor uma matriz de governança desenvolvida especificamente para os clubes (EPD), possibilitando a melhoria de suas práticas e normas.
“A partir da proposta desta matriz, estaremos realizando um plano piloto junto aos clubes para avaliar as características desse segmento quanto à adoção de medidas de governança, integridade e transparência”, esclareceu.
O presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, detalhou que o rating ainda passará por testes. Durante esta fase, em julho deste ano, algumas entidades farão seu cadastro na plataforma e, no mês seguinte, receberão, de forma confidencial, o relatório de análise da confederação. No período entre agosto e outubro, serão realizados os ajustes necessários para o lançamento. Os primeiros resultados serão apresentados em fevereiro do próximo ano.
“Vai estar a cargo do COB e do CBP a iniciativa de convidar suas confederações para participar do piloto, que testará o sistema, o conjunto de questões, a ponderação e os relatórios que serão produzidos para cada entidade, que serão confidenciais”, destacou Macri.
Luiz Sérgio Vieira, CEO da EY Brasil, e Raí, presidente da Atletas pelo Brasil
Ivaldo Brandão, vice-presidentes do Comitê Paralímpico Brasileiro, destacou a importância de se instituir total confiabilidade no segmento esportivo.
“Acredito que a plataforma será um enorme facilitador para habilitar as entidades esportivas a buscarem os financiamentos privados que existem. As questões da governança e transparência são essenciais, e quando há um mapeamento do que as entidades fazem, fica mais fácil a captação de recursos. Numa época com tantas dificuldades, com o País em crise, nada mais justo do que buscar confiabilidade para financiar o esporte”, disse Ivaldo Brandão.
A participação do rating não é obrigatória para nenhuma entidade esportiva. Contudo, conforme comentou o presidente dos Correios, Guilherme Campos, o uso da ferramenta pode levar empresas a se interessarem em patrocinar as organizações. Ele usou o exemplo da parceira com a Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu), firmada este ano, para ilustrar como uma gestão transparente pode resultar em investimento.
“Qualidade na governança dentro do esporte e compromisso com a transparência: isso nos deu um motivo muito forte para estar presente com vocês. Esperamos que o rúgbi continue crescendo no Brasil e que todos os esportes continuem crescendo dentro desse compromisso com a transparência em todas as federações e confederações para que o esporte saia de páginas menos nobres e venha para as mais nobres”, ensejou Guilherme Campos.
Paulo Wanderley Teixeira, vice-presidente do COB
Representando um segmento importantíssimo do esporte de alto rendimento, Sílvio Acácio Borges, presidente da Confederação Brasileira de Judô, ressaltou que o Rating de Entidades Esportivas é um vetor de mudança e indutor de boas práticas de governança,
“Além de fomentar o aprimoramento da gestão e do desenvolvimento esportivo, o Rating de Entidades Esportivas busca incentivar maior investimento do setor privado no esporte do nosso País”, destacou o dirigente da modalidade esportiva com melhor retrospecto olímpico.
Sílvio Acácio Borges, presidente da Confederação Brasileira de Judô
Por PAULO PINTO
Fotos FLÁVIO AUGUSTO SANTANA e DIVULGAÇÃO EY/CBC/ CPB