O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, anunciou nesta sexta-feira (04.08), o novo edital do Programa Bolsa Atleta. A chamada pública será publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira (07.08) e as inscrições têm início na terça-feira (08.08), exclusivamente pelo site do ministério até o dia 22 deste mês. O pleito terá como base os resultados esportivos de 2016 nas modalidades que compõem o programa dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paralímpicos.
As competições qualificatórias à bolsa são indicadas pelas confederações das modalidades ou pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), no caso dos esportes paralímpicos (confira os eventos indicados para o pleito 2017). Os atletas contemplados na categoria de bolsa Estudantil são selecionados nos Jogos Escolares e nos Jogos Universitários Brasileiros.
O edital prevê a concessão de bolsas nas categorias Atleta de Base (R$ 370,00), Estudantil (R$ 370,00), Nacional (R$ 925,00), Internacional (R$ 1.850,00), e Olímpica/Paralímpica (R$ 3.100,00). O atleta contemplado receberá o equivalente a 12 parcelas do valor definido na categoria.
Podem concorrer atletas que tenham obtido bons resultados em competições nacionais e internacionais de suas modalidades e que estejam vinculados a uma entidade de prática desportiva. Esportistas da categoria Estudantil devem estar regularmente matriculados em instituição de ensino, pública ou privada.
» Os requisitos para cada uma das categorias estão disponíveis neste link
Apoio direto ao atleta
Considerado o maior programa de patrocínio esportivo individual e direto do mundo, a ação é uma das iniciativas do Governo Federal que têm contribuído para a formação de atletas que representem o país em competições de nível nacional e internacional.
Desde a criação da iniciativa, em 2005, 20,7 mil atletas brasileiros foram patrocinados num investimento que ultrapassa a marca de R$ 890 milhões, distribuídos em aproximadamente 51 mil bolsas. No exercício de 2016, 6.217 atletas de modalidades olímpicas e paralímpicas foram contemplados e outros 1.080 de modalidades não olímpicas e não paralímpicas. Uma alta de 648,4% quando comparado ao primeiro ano do programa, com 975 patrocinados.
Em 2013, foi criada a categoria Pódio, a mais alta do Programa, que conta com bolsas que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil. São apoiados, os atletas que estão entre os 20 primeiros do ranking mundial de sua modalidade ou prova específica. No ciclo Rio 2016, foram contemplados 322 atletas. O investimento até setembro do ano passado ultrapassou R$ 74,1 milhões.
Atualmente, 239 atletas são patrocinados com vistas à preparação aos Jogos de Tóquio 2020, num investimento anual da ordem de R$ 31,5 milhões. Do total de contemplados, 72 foram medalhistas nos Jogos Rio 2016 e 80 atletas são patrocinados pela primeira vez nesta categoria.
Entre os estreantes estão nomes como o de Pedro Henrique da Silva, da canoagem slalom. Na última edição dos Jogos, ele ficou em sexto lugar, o que representou a primeira vez do Brasil numa final. “Venho batalhando desde 2013 para entrar na lista dos selecionados pela Bolsa Pódio. No ano passado, consegui belos resultados, tanto nos Jogos Olímpicos quanto nas Copas do Mundo. Agora, entrei na lista no ano mais importante, pois acabaram os Jogos Olímpicos e diminuíram os investimentos em patrocínios privados. Então, é um auxílio que nos dá a segurança para pensar somente em treinamento”, afirmou Pepê.
Já no time dos que já eram bolsistas, um dos destaques Verônica Hipólito, medalhista de prata (100m T38) e de bronze (400m T38) no atletismo dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. “Muita gente pensa que ser atleta é um hobby, mas é uma profissão. Não somos atletas por apenas quatro horas, mas 24h. Temos que treinar, descansar e comer como atletas. A Bolsa Pódio é uma super ajuda que a gente tem para manter o rendimento e melhorar cada vez mais. Desde que ela surgiu, os resultados dos brasileiros deram um salto enorme, e continuam dando”, avalia. “Com a bolsa, eu pude me dedicar mais ao esporte sem me preocupar com o resto. Antes, muita gente me falava que eu precisava de um emprego, que não podia me dedicar 24h ao atletismo”, compara.
Retorno em medalhas
A importância do Bolsa Atleta no rendimento dos atletas brasileiro pode ser medida nos Jogos Rio 2016. Na edição olímpica, 77% dos 465 atletas convocados para defender o Brasil eram bolsistas. Das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros – a maior campanha da história –, apenas o ouro do futebol masculino não contou com bolsistas.
Já nos Jogos Paralímpicos, o Brasil teve a maior delegação da história, com 286 atletas, sendo 90,9% bolsistas. Foram 72 medalhas conquistadas, em 13 esportes diferentes: 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, além de 99 finais disputadas. Todas as medalhas foram conquistadas por atletas que recebiam o apoio financeiro do Ministério do Esporte. O resultado se repetiu no Mundial de Atletismo Paralímpico, realizado no mês passado em Londres. As 21 medalhas conquistadas na competição foram alcançadas por atletas patrocinados pelo Programa.
Confira o vídeo do bate-papo com o ministro Leonardo Picciani, Ricardo Prado (CBDA), Luisa Borges (natação artística) e Ângelo Moreira (Luta Olímpica)
Ascom – Ministério do Esporte